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A Importância da Contratação de Projetos Antes de Cotar a Obra

Em qualquer empreendimento da construção civil — seja residencial, comercial ou industrial — uma etapa frequentemente subestimada é a elaboração prévia de projetos técnicos. Muitos proprietários ou empreendedores buscam orçamentos de obra sem ter em mãos os projetos completos, o que pode gerar uma série de equívocos e custos desnecessários. Contratar os projetos antes de iniciar qualquer cotação ou execução não é apenas uma boa prática: é uma estratégia fundamental para o sucesso da obra.


Imagem de um projeto de arquitetura.
Imagem de um projeto de arquitetura.

1. O que são os projetos e por que são essenciais?


Projetos são os documentos técnicos que detalham tudo o que será executado em uma obra: o que será construído (projeto arquitetônico), como será sustentado (estrutural), como receberá energia (instalações elétricas), como será feito o abastecimento e escoamento de água (hidrossanitário), como será protegido (projeto de incêndio, segurança, etc.) e como essas disciplinas se integram (compatibilização).

Esses projetos não são burocracias — eles são o guia técnico da obra. Sem eles, não há clareza sobre as quantidades de materiais, métodos construtivos ou sequência de execução. Ou seja, sem projeto, não há base sólida para nenhum orçamento ou tomada de decisão.


2. Os riscos de cotar uma obra sem projetos


Buscar um orçamento de obra antes de ter os projetos é como pedir o preço de um carro sem saber o modelo, os opcionais e nem se é elétrico ou a combustão. O resultado? Orçamentos genéricos, inconsistentes e, muitas vezes, irreais. Isso pode levar a:


  • Divergências orçamentárias: Empresas diferentes estimam custos baseadas em entendimentos distintos, levando o cliente a comparar “laranjas com bananas”.

  • Aditivos de contrato: O orçamento inicial parece atrativo, mas, ao longo da execução, surgem itens não previstos, gerando aumentos inesperados.

  • Retrabalhos e desperdícios: A falta de projeto leva a improvisos em campo, que geram retrabalhos, perdas de material e aumento de prazo.

  • Riscos legais e técnicos: Em muitos casos, a ausência de projetos pode comprometer a segurança da obra ou impedir sua aprovação junto a órgãos públicos e concessionárias.

  • Cronograma falho: Sem projeto, não se consegue prever etapas, prazos e interferências, comprometendo a logística da obra.


3. Benefícios de ter todos os projetos em mãos


Quando os projetos são contratados e elaborados antes da obra, o cenário muda completamente. O cliente tem em mãos um conjunto técnico que permite:


  • Orçamento detalhado e confiável: Com base nos projetos, é possível quantificar materiais com precisão, definir métodos construtivos e obter orçamentos realistas com diferentes fornecedores.

  • Comparação justa entre propostas: As empresas passam a orçar exatamente o mesmo escopo, o que permite uma comparação transparente entre preços e prazos.

  • Planejamento da obra: A partir dos projetos, é possível montar cronogramas físico-financeiros mais próximos da realidade e prever interferências ou gargalos.

  • Redução de riscos e imprevistos: A compatibilização de projetos evita conflitos entre disciplinas, minimizando retrabalhos e garantindo maior fluidez à execução.

  • Segurança e legalidade: Projetos bem elaborados respeitam normas técnicas e são fundamentais para obtenção de alvarás, financiamentos e aprovações em órgãos competentes.


4. O custo dos projetos frente ao custo da obra


Um dos argumentos mais comuns para postergar ou evitar a contratação de projetos é o custo. No entanto, essa visão é míope. Em média, os projetos completos de uma obra representam de 3% a 5% do custo total da construção — dependendo da complexidade.

Agora, considere que erros, desperdícios, aditivos e retrabalhos em uma obra sem projeto podem gerar acréscimos de 15%, 30% ou até mais ao orçamento final. Ou seja, o que se economiza ao não contratar projeto pode se transformar em múltiplos prejuízos durante a obra.

Além disso, projetos bem elaborados permitem encontrar soluções técnicas mais econômicas, escolher materiais com melhor custo-benefício e reduzir o tempo de obra — o que, por si só, representa grande economia em mão de obra, encargos e gestão.


5. O papel da compatibilização entre disciplinas


Outro ponto crítico é a compatibilização dos projetos. Mesmo quando o cliente contrata diferentes profissionais para cada projeto, é fundamental que alguém integre todas as disciplinas para evitar interferências.


Por exemplo: uma viga estrutural que passa onde deveria estar um duto de ventilação; um ponto elétrico que foi especificado em uma parede que será demolida; uma tubulação sanitária que atravessa uma viga — todos esses são exemplos clássicos de erros que poderiam ser evitados com compatibilização prévia.


Quando os projetos são desenvolvidos de forma integrada, com metodologia BIM, , essas interferências são identificadas antes da obra e solucionadas ainda no papel — o que evita paradas, retrabalhos e custos extras.


6. Projetos são investimento, não custo


É hora de mudar a mentalidade: projeto não é gasto, é investimento. Investir em um bom projeto é como planejar antes de agir — uma atitude inteligente e estratégica. No médio e longo prazo, o retorno é garantido: obras mais baratas, mais rápidas, mais seguras e com menor estresse.

É importante também contar com profissionais capacitados e atualizados para elaboração dos projetos. Escritórios que trabalham com metodologia própria, tecnologia e foco em resultados práticos conseguem entregar soluções que vão além do desenho — oferecem economia, clareza e performance.


Mais do que um desenho técnico, o projeto é a inteligência da obra. É ele quem transforma ideias em soluções executáveis, define padrões de qualidade, orienta as equipes e fundamenta as decisões financeiras.


Portanto, antes de pensar em construir, pense em planejar. Contratar os projetos é o primeiro passo — e talvez o mais importante — para garantir que sua obra seja viável, econômica e bem-sucedida.


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